Lançado em Agosto de 2016, Deus Ex: Mankind Divided é uma continuação direta de Human Revolution, se passando apenas dois anos após os acontecimentos do primeiro jogo.
Ao contrário de alguns jogos do gênero, Mankind Divided não resgata as decisões tomadas no título anterior, optando por seguir os acontecimentos de uma das conclusões.
Enquanto no primeiro jogo Adam Jensen lutava internamente contra seus implantes, forçadamente adicionados ao seu corpo, nesse jogo ele parece muito mais a vontade e muito mais conformado com sua “condição”.
Enquanto o Human Revolution trazia uma ascensão do uso da melhorias mecânicas, retratando uma busca pelo aperfeiçoamento máquina X humano, mostrando pessoas fazendo filas nas clínicas e se endividando para ter um braço, olhos e outras partes de seus corpos melhoradas a níveis sobrehumanos, nesse jogo temos um cenário de repulsa e criminalização das pessoas que possuem essas melhorias.
Com todos os ocorridos no primeiro jogo a forma como eles mostram as consequências é extremamente convincente, desde Adam sendo discriminado por cidadãos comuns até com o retrato de como as pessoas com implantes estão vivendo isoladas em um local que deveria ser uma cidade modelo mas se tornou um grande complexo abandonado e rejeitado. Com os acontecimentos do Human Revolution a principal droga contra rejeição dos implantes se tornou escassa e, dessa forma, muitas pessoas estão morrendo em decorrência disso.
Isso tudo é essencial para o plot de conspirações e terrorismo que o jogo aborda, mostrando claramente que, ao ser pressionado, o ser humano pode agir racionalmente ou violentamente e esse segundo é o mais preocupante sempre. Além disso o jogo resgata personagens, organizações e conspirações do primeiro jogo, portanto por mais que tenha sido colocado um vídeo de 12 minutos explicando os eventos do primeiro jogo, o jogo é melhor aproveitado em termos de história e narrativa se você tiver jogado o primeiro jogo.
Com relação à mecânicas e jogabilidade o jogo resgata todos os aspectos do primeiro jogo melhorando os mesmos, quase todas as missões possuem opções, nem todas claras, variadas de como se realizar a mesma, podendo se resolver tudo agressivamente e de peito aberto ou procurando uma entrada furtiva, pelo teto, por uma parede frágil, um duto de ventilação.
O jogo realmente capricha no que diz respeito a level design, ele entrega um mundo aberto muito menor do o que estamos acostumados atualmente, porém enche o mesmo com detalhes e locais exploráveis que tornam a ambientação extremamente rica e complexa, fazendo com que você possa perder horas somente explorando a cidade de Praga, onde se passa a maior parte do jogo.
Além dos poderes que você possuía no Human Revolution lhe são dados novos poderes experimentais, que aumentam sua gama de recursos para exploração e conclusão das missões. Esses poderes, inclusive, acabam por abrir uma trama secundária no jogo.
Dentro das diversas tramas que são abertas no jogo, muitas delas interligadas e com decisões relevantes a serem tomadas por parte do jogador, algumas delas acabam por não ter uma conclusão muito clara enquanto outras acabam por não ter conclusão alguma, fazendo com que muita coisa fique no ar ao final do jogo, dando espaço para mais uma provável sequência e DLCs de história.
A personalidade de Jensen está mais “canastrona” do que nunca. O grande problema é que a dublagem não colabora muito, a mesma possui grandes falhas de sincronia, principalmente no que diz respeito às legendas. Na parte técnica o jogo entrega gráficos um pouco abaixo do que estamos vendo em outros jogos da geração atual.