Este texto irá sintetizar a experiência pessoal deste que vos escreve sobre os primeiros meses de experiências e testes com a tecnologia VR.
Minha primeira experiência testando VR foi com o Oculus Rift em uma já longínqua Brasil Game Show de 2014. Na época, quando a tecnologia ainda tinha um longo caminho pela frente, testei uma partida de Team Fortress, e a experiência foi estranha e ligeiramente nauseante. De lá para cá foram diversas outras experiências, de Gear VR da Samsung a HTC Vive e PlayStation VR, e posso afirmar que a tecnologia evoluiu muito.
Inicialmente, é necessário dizer que o VR não é para todos: os equipamentos são caros (mais ainda no Brasil) e o espaço necessário para se ter uma experiência satisfatória é razoavelmente grande. Porém, o que foi possível ver neste início é uma tecnologia extremamente poderosa e cheia de potencial que ainda está longe de ser efetivamente explorado.
Olhando tanto para a biblioteca VR do Steam quanto para a da Sony, o que vemos, em sua maioria, são jogos que mais parecem tech demos, ou adaptações de obras que já existem. Temos também alguns produtos curtos e de escopo extremamente limitado – como o próprio Batman: Arkham VR -, que passam a impressão de que foram feitos às pressas para termos volume de lançamentos nos primeiros meses de vida dos aparelhos. Outro ponto importante a se ressaltar é que muitos jogos parecem experimentos de desenvolvedores para entender até onde é possível ir com a tecnologia. É aí que encontramos alguns problemas, como controles que não funcionam de forma satisfatória, sensações de velocidade que causam tontura, ou simplesmente experiências ruins em VR.
Falando em problemas, a movimentação dentro da realidade virtual é uma das grandes questões que ainda precisam ser resolvidas. O HTC Vive possui um direcional touch em seus controles (algo não presente no PlayStation Move, utilizado pelo aparelho da Sony), mas parece que mesmo nele as desenvolvedores desconhecem a existência de um botão para movimentação, pois na grande maioria dos jogos a locomoção é feita através da mecânica de apontar para uma direção e ser “teleportado” para o local, o que acaba por quebrar um pouco da imersão.
Minhas melhores experiências em VR
Video games podem ser aproveitados de forma solitária ou não, mas no caso da realidade virtual, a jogatina de sofá com outras pessoas acaba não existindo como conhecemos, o que torna a experiência pessoal por padrão. Claro que existem os multiplayers online, mas para aqueles que curtem jogar em casa com os amigos, o VR talvez não seja a melhor escolha. Porém, existem exceções extremamente criativas como Keep Talking and Nobody Explodes, o qual já falamos bastante em nossa análise, que você pode ler aqui.
Chegamos então a mais recente experiência VR que foi lançada: Resident Evil 7. Claramente desenvolvido com foco na tecnologia, o jogo entrega uma experiência completa e satisfatória com e sem realidade virtual, trazendo um alto nível de imersão. A obra da Capcom demonstra que é possível fazer um jogo tradicional em VR, e que não é obrigatória a utilização de controles de movimento para se ter uma experiência gratificante e imersiva.
Existem outras ótimas experiências em VR, mesmo com certas limitações lá e cá. Além dos dois jogos citados acima, algumas recomendações são I Expect You to Die, Adrift, Audioshield e Elite: Dangerous.
Conclusão
Como toda tecnologia nova, a realidade virtual ainda se encontra na faixa de entusiastas (ou early adopters) do gráfico de adoção de tecnologias, portanto, se você não pertence a este perfil, eu não recomendo que invista agora em um dispositivo VR, pois todos ainda possuem alto custo de produção e saem bem caros para o consumidor.
A esperança é que a tecnologia se popularize e barateie, para que assim mais jogos completos comecem a ser lançados. Pelas primeiras experiências que tive, posso afirmar que existe um potencial imenso.