Destiny 2 é um grande exemplo de como um jogo pode melhorar quando uma desenvolvedora dá a atenção necessária às críticas que recebe. Acertando em diversos pontos onde seu antecessor errou, o título coloca a série nos trilhos, e deve agradar tanto os recém-chegados quanto os fãs de longa data.
À começar pela história, esqueça os diálogos vagos ou as “cartas de lore” do Grimório: a narrativa desta vez é contada de forma bastante clara. Uma facção dos Cabais intitulada Legião Vermelha invade a cidade dos humanos, toma a sua fortaleza e aprisiona o Viajante, fazendo com que os Guardiões percam seus poderes. O ataque é conduzido por Ghaul, um típico vilão totalmente maligno (com claras inspirações em Darth Vader), e o objetivo do jogador é retomar a cidade, impedindo assim seus planos nefastos.
Simples e direto, não é? Parece que a Bungie arranjou tempo de explicar porque não tinha tempo de explicar.
A campanha, que possui por volta de 15 horas, é bastante divertida. Embora a natureza repetitiva de atirar em hordas intermináveis de alienígenas ainda seja o cerne da experiência, as missões trazem uma variedade bem maior de gameplay do que havia no primeiro Destiny. Há momentos onde você deverá perseguir um ladrão de informações, outros onde é necessário destruir tudo pelo caminho com um tanque de guerra, e também momentos místicos onde você encontra projeções de luz que revelam mais sobre a classe de seu personagem. Isso sem contar os desafios de plataforma criados pelo excelente design de fases, cheios de verticalidade e caminhos que parecem impossíveis de alcançar.
E falando em design de fases, as localidades de Destiny 2 são variadas e bastante caprichadas. É impossível não se impressionar com os oceanos da Lua de Titã, ou com a beleza das cores e construções em Nessus. Apesar da pouca quantidade de planetas existentes, todos são enormes e estão longe de serem vazios como no título anterior.
Vale destacar que tudo isso é brindado por uma excelente trilha sonora, algo já característico da franquia.
O que era bom ficou ainda melhor
Destiny não seria um sucesso tão grande se não fosse sua elogiada jogabilidade e os aspectos de MMO que prenderam jogadores durante quase três anos, portanto era natural que melhorias fossem feitas nestes itens também. Os eventos públicos, por exemplo, agora são mostrados no mapa (sim, Destiny finalmente ganhou um mapa), e as cavernas com inimigos fortes que pareciam não ter propósito no jogo anterior passaram a ser conhecidas como Setores Perdidos, e possuem recompensas dignas para aqueles que desejarem explorá-las.
Outra novidade bem-vinda são as Aventuras, missões paralelas que dão como recompensa moedas da região, que podem ser trocadas por engramas com os NPCs respectivos.
E não há mais necessidade de andar por horas para chegar a um objetivo: o game agora conta com um sistema de viagem rápida dentro dos planetas.
Destiny 1.5
Destiny 2 é um jogo melhor que seu antecessor em praticamente todos os aspectos, porém, por tratar-se de uma sequência, ainda deixa a sensação de que poderia ter mais novidades. O gameplay continua o mesmo, não existem classes ou subclasses novas para os personagens e as raças alienígenas são estritamente iguais (salvo um ou outro inimigo novo).
É compreensível que a Bungie tenha optado por um recomeço ao invés de novos DLCs, todavia. O sentimento negativo criado pelo lançamento desastroso do primeiro título dificilmente seria revertido, portanto uma sequência seria muito mais atrativa para novos jogadores, e teria maior chance de trazer os descontentes de volta.
O que é, por sinal, meu caso. Apesar de ter apreciado meu tempo em Destiny, abandonei-o assim que terminei a campanha e nunca tive vontade de voltar, mesmo após os elogiados conteúdos adicionais serem lançados. Uma mecânica de tiro gostosa não era suficiente para tornar atrativo um jogo sem alma e que parecia incompleto.
Destiny 2, por sua vez, parece ter encontrado o caminho certo. Expandindo os melhores aspectos de seu antecessor e ajustando os piores, a Bungie entregou um jogo divertido e cativante, que demonstra um enorme potencial para a série no futuro.