*As opiniões retratadas abaixo são de inteira responsabilidade do autor do texto, não retratando a opinião do site. Esse texto não contém spoilers do jogo.
por Daniel Danlost
Em 2011, Homefront saiu com a promessa de trazer algo novo para o FPS, gênero que estava no auge. Call of Duty e Battlefield dominavam o estilo, porém tinham um ponto fraco em comum: ambos não possuíam uma história bem elaborada e envolvente. Homefront trouxe essa bela história, mas uma série de problemas técnicos, como um multiplayer que não precisava existir e uma campanha curta (embora bem elaborada e aberta a continuações) fez com que o título nunca mais foi revistado. De lá pra cá, muita coisa mudou – a THQ, inclusive, não existe mais – e, após vários boatos sobre a volta de Homefront, finalmente, cinco anos depois, Homefront: The Revolution chega com a mesma promessa de mostrar uma história boa num jogo FPS, porém com mais conteúdo. Será que deu certo?
Começarei falando sobre a minha experiência com Homefront. Em 2011, curti muito o game, principalmente pela história, que era seu ponto forte.
Em meio a uma devastadora crise energética, a Coréia, uma superpotência, estava atacando e dominando os EUA. Você, junto com uma espécie de resistência, precisava combatê-los para deter a invasão e salvar seu território.
Em Homefront: The Revolution, a premissa é a mesma, porém com domínio já estabelecido pela Coréia em território norte americano. Você controla Ethan Brady, membro de uma resistência situada na Filadélfia, que conta com poucos equipamentos e luta contra as condições adversas causadas pelo domínio coreano. Os cenários e diálogos de civis dão uma imersão maior para a situação vivida, remetendo bastante a Metro 2033.
O modo história continua sendo o ponto forte, agora com mais conteúdo e missões. Você levará em torno de 15 horas para terminá-lo, isso sem contar as missões secundarias disponíveis.
Território é a palavra do jogo. Uma mudança considerável é que agora temos um sistema (meio) de mundo aberto, onde você precisa liberar áreas do domínio coreano, enfraquecendo o inimigo e aumentando a força de seus aliados. Além disso, os territórios têm classificações: zona amarela, onde você pode passar sem ser notado com algum cuidado, e zona vermelha, que é praticamente um toque de recolher.
Homefront: The Revolution também apresenta algumas boas novidades na jogabilidade, como a opção de moldar sua arma a qualquer momento, podendo transformar uma simples pistola em uma metralhadora caso possua os equipamentos necessários. Além disso, o game traz um bom número de armas e veículos para controlar. O foco na ação diminuiu um pouco, e isso faz sentido na trama: como a Coréia vigia todos os territórios com soldados armados, drones e equipamentos de ponta, muitas missões devem ser feitas em stealth.
Mas tudo isso só é interessante por existir uma história interessante, e este é o aspecto que leva o jogo nas costas. Você pode esperar por clichês bem feitos, reviravoltas e alguns personagens muito bem conduzidos, fazendo você se importar com eles.
O problema é que o game apresenta falhas técnicas muito graves. Além dos gráficos estarem abaixo do que é esperado para a nova geração de consoles, o jogo sofre com bugs e quedas bruscas de framerate, que chegam a pausá-lo após concluir uma missão, por exemplo (estou jogando a versão de PS4).
Porém, o que mais me incomodou foi a falta de expressão facial. Alguns personagens mais importantes para história tem um nível melhor (porém ainda muito abaixo do esperado), mas a maioria não tem nenhuma expressão, e para um jogo com foco na história e que dá importância a sentimentos na situação apresentada pelo roteiro, isso atrapalha. E muito.
Além disso, o game traz um modo cooperativo para até quatro jogadores, porém fora da campanha, em uma história à parte. Esse modo veio para substituir o multiplayer do primeiro Homefront.
Plataforma: PC, PlayStation 4 e Xbox One
Gênero: First-person Shooter
Data de lançamento: 17 de maio, 2016
Desenvolvedora: Deep Silver Dambuster Studios
Publisher: Deep Silver