Hoje viemos retratar com você, nosso querido ouvinte e leitor, algo que vem nos incomodando tanto como jogadores, quanto como críticos do nosso amado mercado digital: a inconsistência das produtoras em renovar seus grandes jogos.
Nós, como seres humanos, conseguimos nos entediar facilmente, por isso estamos sempre a procura de algo novo e interessante, que possa nos entreter por um bom tempo. Logo, com os videogames não seria diferente, e infelizmente este aspecto tem sido bem frustrante. Amamos franquias como Far Cry, Assassin’s Creed e Call of Duty, não nos leve a mal, mas o que de inovador elas trazem ano após ano? A sensação é de que estamos jogando o mesmo jogo com uma temática (leia-se ‘skin’) diferente.
Ao investir cada vez mais no que dá certo, ao invés de tentar nos surpreender com conteúdo novo de verdade, as produtoras colocam uma corda em volta dos próprios pescoços. O lucro de outrora está se tornando cada vez menor, e o mais do mesmo vem sendo colocado em cheque. Assassin’s Creed, por exemplo, fará uma pausa em 2016, após um bombardeio de críticas negativas e vendas abaixo do esperado nos últimos títulos da série. A Ubisoft resolveu apostar em uma nova franquia como seu carro-chefe do ano, e The Division, que foge consideravelmente do padrão de jogos da companhia, vem se saindo muito bem.
The Witcher 3, jogo mais premiado de todos os tempos, é um grande exemplo de como ideias frescas são benéficas para os videogames. A CD Projekt Red, estúdio localizado na Polônia, bem longe da indústria norte-americana, trouxe um nível de storytelling e ambientação jamais visto para os jogos de mundo aberto, estabelecendo um novo paradigma para um dos gêneros mais saturados do mercado. Undertale, um dos maiores hits de 2015, é outro caso que demonstra como uma mente brilhante consegue se sobressair ao enlatado pensamento corporativo.
A mídia, como um todo, tem um potencial gigantesco, e todos tem noção disso. O que falta é a disposição, criatividade e força de vontade de quem é verdadeiramente apaixonado por games sobressair a ganância e a sede por resultados dos executivos. Manter um regime de jogos anuais, sem qualquer novidade nas mecânicas, enredo e demais aspectos, definitivamente não é saudável para nossa indústria.
Autor: Victor André (@victorrego99)