Desta vez os rumores sobre a cartada final da Vivendi sobre a Ubisoft partiram da Reuters. Informantes afirmam que a hora está chegando, inevitavelmente ainda este ano.
Desde 2015 o conglomerado de mídia francês vem adquirindo participação sobre a desenvolvedora de games Ubisoft. De lá para cá o avanço calculado se tornou uma guerra entre os detentores da Ubisoft, os irmãos Guillemot, e a Vivendi.
Atualmente a gigante possui 25% das ações da desenvolvedora de Assassin’s Creed e Watch Dogs, que luta com todas as forças para não perder sua independência. Segundo as leis da França, ao atingir 30% do total de ações, a Vivendi será obrigada a apresentar uma oferta pública de aquisição e buscar o controle da companhia.
Mas, apesar dos esforços dos irmãos Guillemot, fontes exclusivas da Reuters afirmaram que a Vivendi está acelerando o processo, que “está partindo para a segunda fase e tudo acontecerá ainda este ano”. A intenção da empresa ficou clara em 2016, quando fez suas primeiras tentativas de assumir o controle administrativo, sendo derrubada pela massiva campanha dos atuais gestores da Ubisoft.
Apesar disso, o movimento ainda corre o risco de ficar para 2018, já que a Vivendi tem demonstrado intenção de abrir aquisições na China ainda este ano, gerando investimentos que podem atrasar um pouco mais o golpe fatal.
Ubisoft não deve facilitar
Do outro lado da moeda a Ubisoft, sob a tutela dos irmãos Guillemot, vem realizando intensa campanha contra a aquisição hostil da Vivendi, angariando fundos para a compra de mais ações enquanto cobra mais apoio de seus investidores. O grande medo, segundo a própria empresa, é de que sua liberdade criativa seja podada pelos novos donos.
“Amo videogames porque inovação e magia aparecem quando nossos times são livres para criar. Livres para inovar. Livres para se expressarem. Livres para assumir riscos e se divertirem,” afirmou o CEO Yves Guillemot no início de 2016.
No início do ano passado aconteceu a aquisição hostil da Gameloft, estúdio mobile até então controlado por Michel Guillemot, irmão do presidente da Ubisoft, pela mesma empresa. Desde então a Vivendi iniciou sua caça às ações da Ubi e ampliou os investimentos no mercado dos games.
A Vivendi já teve controle acionário sobre a operadora GVT e também sobre a Activision Blizzard, que conseguiu retomar sua independência há poucos anos.
Agora resta saber se os informantes da Reuters estão mesmo devidamente informados ou se as atividades na China atrasarão ainda mais o movimento de compra sobre a Ubisoft. Até lá, o pesadelo da família Guillemot continua.