A Vivendi aumentou novamente sua participação na Ubisoft, e está muito de perto de poder fazer uma oferta formal pela companhia. Ela possui agora 25,15% das ações, e 22,92% dos direitos de voto.
O grupo de mídia vem há muito tempo cercando a produtora de Assassin’s Creed, e no início do ano completou a aquisição hostil da Gameloft, estúdio mobile até então controlado por Michel Guillemot, irmão do presidente da Ubisoft.
Caso a Vivendi consiga adquirir 30% das ações do estúdio, ela será obrigada pela lei francesa a apresentar uma oferta pública de aquisição, e buscar uma participação de controle na companhia.
A notícia é muito preocupante para a família Guillemot, fundadora do estúdio que repetidamente já manifestou seu desejo de continuar no controle.
“Amo videogames porque inovação e magia aparecem quando nossos times são livres para criar. Livres para inovar. Livres para se expressarem. Livres para assumir riscos e se divertirem,” afirmou o CEO Yves Guillemot no início do ano.
Desenvolvedores temem pela aquisição da Ubisoft
Não são apenas os donos que estão preocupados: o clima de apreensão também vem tomando conta dos desenvolvedores da Ubisoft.
Em entrevista ao Kotaku, Michel Ancel, criador de Rayman e Beyond Good & Evil, afirmou que é difícil manter o foco no trabalho, e que “não consegue conviver com a ameaça” da aquisição da companhia.
Para Ancel, a Vivendi ameaçaria o “frágil sistema” que distingue as companhias mais criativas do restante, e usa como exemplo Beyond Good & Evil 2, que ainda está em desenvolvimento mesmo após o fracasso do primeiro game, lançado há 13 anos atrás.
“Eles querem que esse tipo de jogo exista,” afirma, se referindo ao CEO Yves Guillemot e ao CCO Serge Hascoet. “Quando acordam de manhã, eles não querem fazer mais dinheiro. Eles possuem dinheiro para dez gerações caso queiram parar. Não é uma questão de poder ou riqueza.”
“Qual a razão desta companhia existir? É para superar seus concorrentes? Não, a Ubisoft já está entre as três maiores. É por ser capaz de criar coisas que jamais foram criadas antes. [Guillemot e Hascoet] são as pessoas que querem que isso aconteça. Eles perguntam aos criativos: ‘Você quer fazer? Nós podemos fazer.'”