Rain, nova aposta do estúdio japonês da Sony, é uma mistura inusitada entre dois gêneros totalmente antagônicos: poesia e survival horror.
A história, digna de fábulas infantis, conta as aventuras de um garoto que perambula pelas ruas de uma cidade infestada de monstros, atrás de uma garota em perigo. Porém, existe uma peculiaridade: todos os habitantes do local, inclusive o protagonista, são invisíveis, e sua silhueta consegue ser vista apenas na chuva. O jogador deve aproveitar destas mecânicas para escapar dos monstros, resolver uma série de puzzles, resgatar a garota e escapar desta cidade sinistra e melancólica.
As qualidades
Mecânicas de jogo únicas
Rain utiliza-se de mecânicas de jogo únicas, que fazem uso primoroso do cenário. Não basta apenas esconder-se dos monstros embaixo de tetos: às vezes é necessário atraí-los para que derrubem portas, ou para que ataquem uns aos outros. Há outras mecânicas interessantíssimas, como poças de lama que sujam os pés do menino e o faz visível mesmo fora da chuva, gerando perigo extra. Estas mecânicas ditam toda a estratégia do game.
Perseguições tensas
Apesar de sua história leve, Rain tem momentos de puro desespero. Os primeiros capítulos, em especial, são marcados por perseguições implacáveis, onde você tem poucos metros para se livrar de um monstro que corre muito mais do que seu personagem.
O principal inimigo do game, o “Desconhecido”, é mais inteligente que o restante das criaturas e muitas vezes o ataca aleatoriamente, mesmo se estiver escondido. Prepare-se para ter um verdadeiro “Nemesis” em seu encalço durante toda a história.
Ótima trilha sonora
Toda obra que não possui falas dá suma importância à trilha sonora, e Rain não é exceção. A trilha de Yugo Kanno é melancólica, minimalista e incisiva, o que ajuda a compor toda a atmosfera solitária do game. Observação: ouça acompanhado de chuva.
Os defeitos
Potencial desperdiçado
Apesar de contar com algumas mecânicas únicas de gameplay, a obra subutiliza muitas delas. Em um momento do game, por exemplo, são apresentadas criaturas altas e pacíficas que, ao invés de atacar o protagonista, ficam perambulando pelo cenário, servindo de teto. É uma das tantas mecânicas interessantes que são usadas por pouquíssimo tempo durante a história.
Além disso, os capítulos finais do jogo são basicamente uma correria desenfreada, onde muitas das melhores mecânicas são abandonadas.
Fácil demais
A dificuldade é um dos pontos fracos de Rain. Como não existem combates, todo o desafio ficou por conta dos puzzles, e a maioria tem resoluções muito simples. Qualquer jogador experiente irá terminar o game em poucas horas, sem encontrar muitos desafios.
Valor de replay forçado
“Um game de tão curta duração e com um enredo tão subjetivo poderia ter coletáveis que contassem mais sobre seu universo”, você deve estar pensando. A questão é que eles existem, porém é necessário terminar a história para habilitar a capacidade de coletá-los. É preciso jogar o game no mínimo duas vezes caso você queira saber tudo sobre seu universo, o que lhe atribui um valor de replay completamente forçado e desnecessário.
Ficha técnica
Plataforma: PlayStation 3
Gênero: Adventure puzzle-based
Data de lançamento: 1 de outubro, 2013
Desenvolvedora: SCE Japan Studio, Acquire, Playstation C.A.M.P
Publisher: Sony Computer Entertainment